Vivemos inundados por informação mas temos muito pouca sabedoria sobre os problemas de fundo.
Hoje em dia os homens têm muitas possibilidades de informar-se sobre o mundo. As informações são muitas e vêm de todas partes, os emissores procuram que a transmissão seja a mais natural e imediata possível, quase espontânea e indireta. Uma pessoa que passeia pela rua ou viaja de autocarro ou de comboio está exposto a muitas informações que também se não quiser, ao voltar a casa tomou conhecimento de alguma novidade. É fácil então ter acesso a muitos âmbitos do conhecimento: por internet, por revistas, jornais, televisão e rádio o difícil é aprofundar. Com uma grande quantidade de informação disponível, as pessoas precisam de tempo para apoderar-se dela.
Muita informação e rapidamente isto é a prioridade, tudo tem que ressaltar à vista.

Se olhamos a primeira página de qualquer jornal, a informação é apresentada toda em pequenos títulos ou breves artigos para que a pessoa não tenha porque ir à procura da informação se o que quer é um conhecimento genérico do assunto. A dose de informação proporcionada é mínima mas proposta duma forma estratégica para que seja imediata. É portanto óbvio que um dos parâmetros para definir a eficácia dum jornal será a capacidade de síntese e de chamar a atenção e transmitir a mensagem da
forma mais rápida possível. Nos dias de hoje estamos convencidos de que não há tempo suficiente para aprofundar os assuntos, nem se quiser todos da mesma maneira. Limitamo-nos a saber assuntos assim por cima e tornou-se aceitável. O risco de conhecer até o fundo um só assunto, é resultar ignorante a respeito de outras temáticas. Não ter tempo leva as pessoas a preferir um método de aculturação mas genérico e pouco profundo.
Na minha opinião esta forma de ir à procura de informação não é a mais aconselhável porque conhecer um bocadinho de tudo por alto, pode levar as pessoas a cometer falhas de compreensão e interpretação do assunto. Expressar opiniões sem saber com precisão os detalhes das notícias que quisermos comentar, podemos resultar aos outros como pouco inteligentes, passar por estúpidos ou de argumentações elementares de baixo relevo.
A seleção da informação é importante. Saber escolher dentro duma temática o que é importante e o que não, é bom. Mas limitar-se a um conhecimento superficial é só preguiça, demonstração de pouca curiosidade intelectual, pouca abertura e desejo de aculturação.
Portanto creio que dedicar atenção à pesquisa e a escolha cuidadosa da informação não é perder tempo, é um exercício de paciência e de seleção das informações de que realmente precisamos e ao contrário do que se possa pensar é útil para formar a nossa capacidade de síntese. Sintetizar é conhecer bem o assunto e conseguir os elementos fundamentais da mensagem que se quer transmitir. Se nós paramos a pensar nisso é o trabalho que fazem nos jornais, mas é óbvio que na revista ou no artigo não o percebemos. A informação e a aculturação são umas atividades que não concordam com a pressa e a rapidez, mas infelizmente são o que hoje buscamos em todos os aspetos da quotidianidade.