“Os telejornais e telenovelas são os hamburguers do espírito, as revistas e os romances são os donuts da imaginação.”
Na
minha casa há um restaurante que faz hambúrgueres e uma pastelaria que vende donuts? Sim! De facto estou a falar da
minha televisão e da minha biblioteca. Na minha família gostamos muito dos
hambúrgueres: pedimos mais ou menos sempre os mesmos, com a exceção dos dias em
que há menus especiais e optamos por eles, porque por exemplo os fazem com as
minhas batatas preferidas, ou um molho muito picante que chama a atenção.
Isto
acontece no primeiro andar, mas no segundo tenho duas pastelarias, uma mais
específica, mas científica que frequentam os meus pais. A outra tem um ambiente
mais familiar, faz donuts com o sabor mais caseiro e que a família toda
gosta de comer.
Os
donuts desta pastelaria são mais variados, de muitas cores, de muitos
sabores; temos os donuts chamados “clássicos” os que nunca devem faltar
em nenhuma pastelaria; outros mais personalizados, aos gostos pessoais de cada
um dos membros da minha família. Há alguns que têm o sabor da infância e outros
com sabores mas elaborados que se aproximam do estilo da pastelaria dos meus
pais mas específicos, para mim e a minha irmã, segundo a nossa orientação. Para
além de outros, mais novos, que ainda não provei e outros que vão ser
realizados nos meses a vir, em ocasião de aniversários, natais, celebrações
especiais.
Na
minha família gostamos da comida em geral seja da comida do espírito, seja a
comida da imaginação. O exemplo proposto pela frase é muito engraçado e quero
tentar explicar o porquê da associação.
Os
telejornais e telenovelas são os hambúrgueres do espírito. Um hambúrguer tem substância:
é rico em proteínas e calorias. Os telejornais de facto propõem muita
informação e às vezes é demasiada, pode ser que não faça muito bem à nossa
saúde, de facto passar horas e horas comendo hambúrgueres aborrece, além de
engordar; o mesmo faz a televisão.
Nos
hambúrgueres , contrariamente aos donuts que não desvelam o seu conteúdo
até o momento em que os mordemos, podemos ver o que há no interior: a estrutura
é bem visível e podemos escolher o que comer e o que não. Por exemplo se não
gostamos do tomate, ou do pão, ou da salada no nosso hambúrguer podemos
escolher deixar de lado aquilo que não
gostamos de ingerir, e comer o resto. No caso de não gostar do donut,
podemos só deixá-lo pela metade e esperar que outro o coma.
Isto
é o que acontece com a televisão, o hambúrguer, e com os livros, os donuts.
Na televisão há sempre uma programação que nos diz os programas que vão ser
emitidos e sempre temos a possibilidade de escolher a notícia ou o programa que
queremos ver. Pelo contrário, dos livros não se sabe nada, só vemos a capa e o título.
Temos que começar a leitura para descobrir se gostamos ou não do livro.
Por
um lado os hambúrgueres podem ser pesados, pouco digeríveis; com pouca substância
ou pelo contrário muito saborosos. Na televisão há um bocadinho de tudo. As
pessoas têm gostos variados, pode ser que gostem dum hambúrguer um bocadinho
mais mal passado e com muitos molhos: como as telenovelas policiais ou as
notícias de desgraças; ou pode ser que prefiram um hambúrguer com muitas
verduras frescas para ser mais leve: as novidades do momento sobre a moda ou os
famosos.
Por
outro lado um donut pode dar mais surpresas, pode ser de todas as cores
e de todos os géneros cheio de creme, de chocolate, de doce, vazio, sem sabor,
cuja história não faz sentido, duro ou suave. Pode que tenha demasiado açúcar
ou que devesse ter mais.
Podemos
assim destacar que como no caso dos hambúrgueres, donuts há muitos e de todo o tipo. Em
cada casa para cada pessoa há um género preferido de donut ou de
hambúrguer que não é melhor ou pior que outro de outra pessoa. Há sabores tão diferentes
como diferentes são as pessoas e também
é verdade que o mesmo sabor pode perceber-se duma forma diferente por pessoas
distintas, mas nisso não há nada de mal.