Esta é história conjunta...a realizamos as minhas companheiras e eu. Portanto o trabalho è minho sò por uma parte...A TERCEIRA...boa leitura.
ELISA ESCREVEU A PRIMEIRA PARTE...
Tudo estava pronto. A mala foi preparada com tudo o que precisava para a
viagem: a máquina fotográfica para capturar todos os
monumentos e paisagens de Lisboa (mas na realidade a sua paixão era tirar fotos
aos seus escritores preferidos ) o fato de banho
porque queria tomar banho na famosa praia de Cascais e as outras coisas que
podiam ser úteis durante a sua estadia.
Maria estava
pronta para partir. Enviou uma mensagem para Luísa para avisá-la que às cinco
da tarde chegaria ao aeroporto de Lisboa e que a esperaria em
frente da saída de voos internacionais. Apanhou o táxi e dirigiu-se ao aeroporto
de Roma. Uma nova aventura estava para começar.
Estava sentada na
mesa dum café dentro do aeroporto, à espera da chamada do seu voo, quando um
rapaz com ar de estrangeiro começou a falar com ela. O rapaz falava italiano
mas, pelo sotaque dele, Maria percebeu que a sua língua mãe deveria ser o
francês. Ele chamava-se Jean e contou-lhe que estava à espera do voo para
Buenos Aires para ir para à exposição do fotógrafo Daniel Mordzinski.
“A sério?!”
exclamou Maria. “ É o meu fotógrafo preferido!”
“ Também o meu!”
respondeu Jean. “Por que não vem comigo? Esta é uma
oportunidade que não acontece muitas vezes na vida!”
“Gostaria muito,
mas a minha amiga Luísa está à minha espera em Lisboa porque está em Erasmus e
queria que fosse visitá-la. Não sei o que fazer...” E ficou a pensar qual era a
melhor coisa para fazer. Ir a Lisboa para encontrar a Luísa ou mudar
completamente os planos e partir para outro destino, com um rapaz desconhecido...
CRISTIANA A SEGUNDA...
Ambos perceberam uma forte atração, mas Maria tinha já um
namorado que a amava muito e não queria fazer algo que o pudesse ferir.
Passaram ainda muito tempo juntos conversando na cafetaria do aeroporto
e Maria sentia cada vez mais que gostava dele. Mais tarde, uma resoluta voz de
mulher, que provinha de um altifalante, chamou o voo das três horas para
Lisboa. Tinha chegado o momento de partir. Fingindo esquecer a proposta daquele
fascinante rapaz francês, Maria levantou-se, recolheu a sua mala, a sua máquina
fotográfica, fiel companheira de sempre, o seu dicionário de bolso de português
e pôs-se na fila que, no entanto, se tinha criado diante deles.
“E se nós trocássemos os números de telefone?” disse Jean
olhando-a com os seus grandes olhos azuis.
“Ehm..não sei..deixa-me pensar!”. Maria hesitou alguns
instantes, as suas bochechas ficaram um pouco vermelhas, os seus olhos
castanhos começaram a brilhar e com um lindo sorriso tentou esconder-se. Soltou
o seu cabelo comprido, liso e loiro e respondeu: “Proponho que seja o destino a
guiar o nosso futuro. Se nós estivermos destinados a ficar juntos, descobriremos
o modo para reentrar um na vida do outro.”
Ela escreveu o seu número de telefone na primeira página
do pequeno dicionário de português e disse-lhe: “Amanhã vou vendê-lo no
primeiro mercadinho de usado!”
Jean não tinha livros e decidiu escrever o seu número
numa nota de cinco euros que utilizou imediatamente para comprar uma revista e
uma coca-cola. Aproximou-se de Maria e sussurrou: “Não sei onde, nem como, mas
posso dizer-te com certeza que encontrarei este dicionário”.
EU ESCREVI A TERCEIRA
Aquela escolha dos dois jovens, sem pensar tinha-os
ligado para sempre. Aquele encontro tão estranho no aeroporto e a proposta de
Maria, tão curiosa e imprevisível, atormentou-os nos anos seguintes. Algumas
vezes, se ficavam tristes ou sem fazer
nada, os pensamentos levavam-nos àquela aposta do aeroporto. Quando não
estavam satisfeitos com a vida que faziam, fugiam para um universo paralelo
onde os dois tinham encontrado a nota de cinco euros e o dicionário.
Imaginavam uma vida extraordinária, feita de apostas
e riscos, partilhada com a única pessoa que tinha sido capaz de correr o risco
e confiar no destino. Naquele mundo imaginário, muito longe da aborrecida
realidade, as regras do jogo eram que não havia regras, tudo era imprevisível,
tudo era possível e sobretudo, só para eles. Pensavam no inacreditável que
tinha sido encontrar-se com uma pessoa tão semelhante nos interesses e nas
ideias. Porque o destino os deixara conhecer-se para logo separá-los? Maria não
ia a razão com isso: “Poderia ter encontrado um amigo” dizia para
consigo. “Os dois corremos o risco!... Os dois quisemos apostar num encontro
futuro!… Não posso continuar assim a pensar e a fantasiar sobre o que poderia
ter sido… Eu quero vê-lo… quero encontrar Jean e apostar uma última vez
com ele.”
Saiu do quarto, o seu namorado não estava. Tinha saído
com os amigos depois duma tarde passada com os pais dela entre favores,
restaurantes e igrejas. Sentou-se à sua mesa de trabalho, o computador estava
ligado, entrou no Google e buscou “Daniel Mordzinski”; foi ao arquivo dos
eventos e viu que o fotógrafo ia fazer
uma exposição naquela semana em Paris. Foi ver os voos, havia um dentro de três
horas. Correu a preparar a mala, não podia deixar de correr o risco por ele que
era o homem da aposta, o homem do risco, o homem que não deixava em nenhum
momento os seus pensamentos. Chegou ao aeroporto a correr, fez o check-in, passou o controlo dos
seguranças e sentou-se no seu lugar no avião. De repente, enquanto os últimos
passageiros tomavam assento, ficou pálida e como num flash percebeu:
“Maldição! Não posso ir, EU CASO-ME ESTA SEMANA!”.
NOEMI A QUARTA...
De repente voltaram
à sua mente os rostos da mãe, do pai, das irmãs, dos avós e dos amigos todos. As dezenas de pessoas que estiveram à espera daquele
casamento durante muitos anos! Mas estranhamente o rosto do seu namorado, a
pessoa que mais que as outras e que antes de tudo o resto, teria que ter
aparecido na sua mente e no seu coração, para chamá-la à lógica, à realidade e
para fazê-la voltar ao que estava certo... não apareceu!
"Por que diabos?!" - refletiu
"Ah, menina cruel e sem sentido" - pensou consigo mesma.
"Merece só uma grande deceção, porque vai causar uma enorme à tua família!" - gritava-lhe o coração.
Mas além disso, não conseguiu descer do
avião, pedir imensas desculpas às hospedeiras a bordo do avião e voltar imediatamente
para casa, onde os outros já teriam começado a perguntar por ela.
O barulho dos seus pensamentos foi interrompido
pelo rugido das turbinas. O seu pobre estômago em tumulto, foi devastado pela
pressão da descolagem.
A sorte estava lançada! Adeus casamento,
adeus namorado, para o inferno com a vida diária.
O voo foi agradável, sem solavancos ou poços
de ar para piorar a sua forte sensação de náusea. As dores de cabeça que tinha,
foram um bom pretexto para fechar os olhos e adormeceu em poucos minutos. Foi
acordada por uma voz feminina:
"Mademoiselle,
bienvenue à Paris".
Com o ritmo lento de uma preguiça, conseguiu levantar-se
do assento do avião, recolher as suas coisas e ir para a escada da porta da
frente daquele avião, cúmplice inconsciente da sua maior e mais louca aventura.
O dia passou rapidamente. A exposição de
fotografia ia começar no dia seguinte. Ela levantou-se cedo pela manhã, abriu a
janela do quarto do hotel. A Torre Eiffel erguia-se feira no meio daquele
magnífico panorama. Preparou-se e ficou bonita, como só uma menina tímida e desajeitada pode
fazer.
Apanhou o autocarro número 154 e desceu na
Rue du Concierge. Olhou para cima e viu um cartaz com o rosto enorme de
Mordinsky sorrindo. Aquele sorriso foi a coisa mais encorajadora que podia
esperar ver. Entrou.
Não havia muita gente, provavelmente ainda
era muito cedo! Começou a vagar pelas salas expositivas mas a sua atenção não
era para as fotos. Ela ia à procura de Jean!
"E se ele não estiver?" -
pensava... "O que estou a fazer aqui
sozinha? Eu devo estar louca! Agora eu vou voltar para o hotel, pego na mala e
vou para o aeroporto ... talvez em casa sejam capazes de me perdoar! ...” - refletia.
"Que boa
imagem, não achas?" Estava confundida. Era ainda a voz dos sues
pensamentos ou era uma voz desconhecida? Quem estava a falar com ela? E que
fazer agora... responder e não olhar para o homem da pergunta ou dissimular não
ter entendido?!
Foram os segundos mais eternos da sua vida.
"Quanto
fizeste me esperar, minha adorável italiana!"
O seu coração parou. Virou-se lentamente e com
grande surpresa, ela viu o seu Jean.
Os seus olhos encheram-se de lágrimas,
começou a tremer como uma folha e sentiu que a suas pernas estavam a deixá-la
cair. Jean abraçou-a, sussurrou algo no seu ouvido que ela não compreendeu,
devido ao excesso de emoção. Olhou nos seus olhos e beijou-a apaixonadamente.
Eles beijaram-se por um longo tempo, cercados
por turistas atónitos e irritados pela explosão de paixão. Beijaram-se como
apenas duas almas gémeas podem fazer, como
dois corações que se reencontram depois de uma longa peregrinação, como duas mentes por fim juntas, depois da
eternidade do tempo.
Esperamos que gostaram desta história. =)