
Neste período
do ano os media começam a transmitir publicidades com o Pai Natal sobre os
presentes; publicidades sobre bolos de Natal ou programas de receitas para
cozinhar nos dias das festas. Neste período
com todos estes convites mediáticos a comprar
as pessoas costumam consumir mais.
Os presentes
envolvem as pessoas em compras sem fim: sempre falta alguma coisa: o presente
para o amigo ou a amiga, o vizinho, a avó, os tios, os netos, os filhos, os
pais, o chefe a mulher do chefe etc. Até às oito da noite do dia 24 de dezembro
veem-se pessoas
correndo dum lado para outro pela pressa de acabar: muitas vezes vejo mães
zangar-se com os filhos porque querem aquele jogo tão caro ou vejo casais ter
discussões animadas em frente dum pobre empregado por não concordar na
escolha. Para que é toda esta pressa? Faz sentido estressar-se e zangar-se assim
por uns presentes?
Eu acho que a
resposta é não. O risco é esquecer-se do verdadeiro sentido do Natal! Muitas
vezes a igreja queixou-se da tendência das pessoas para transformar a festa do
nascimento de Jesus numa festa consumista. O verdadeiro significado da festa é
que Jesus nasceu por nós
e havemos de comemorá-lo
com familiares e amigos em harmonia e
tranquilidade. É um momento de felicidade, de amor, onde a troca dos presentes
deveria ser um pequeno símbolo da lembrança dos presentes que os reis magos
trouxeram para o menino Jesus.
Nos dias de hoje
a tradição passa a ser um elemento secundário. A festa mais importante são os
presentes, as decorações, as músicas das lojas. Não tem de ser assim diz a
igreja. Na minha opinião o problema do consumismo ligado ao Natal, não é que se
perca o verdadeiro significado do Natal ou seja o nascimento de Jesus como diz
a igreja. Eu acho que somos conscientes de que vai nascer o filho de Deus! O
que em verdade se perde é o significado do advento!
A pressa de dar presentes ocupa-nos todas as
quatro semanas que liturgicamente precedem o Natal, impede-nos de pensar em
viver o advento da verdadeira forma cristã. A explicação que nela encontro é
que todas as informações que os meios de comunicação nos transmitem, enchem a
nossa cabeça por completo, as lojas convidam-nos a comprar mais e têm-nos
ocupados até ao próprioo dia 25. Só
naquele momento nos lembramo de celebrar o nascimento de Jesus porque no final, a corrida acabou e está tudo
preparado; podemos conceder-nos uma pausa do frenesi das compras. O que
esquecemos é a calma, a espera ou, no sentido religioso: “o advento”.
Hoje há muitas
mais coisas nas quais pensar, vivemos numa sociedade onde não podemos estar
parados, onde é preciso fazer sempre alguma coisa e, no período
de Natal, mudar alguma coisa parece fundamental. É preciso estar em dia em
tudo, também na composição do presépio?, ele mesmo objeto de négocio. Nas lojas
especializadas há muitos objetos para o presépio, sem dúvida
bonitos: casitas, personagens, pontes, animais equipamentos elétricos, etc...
Até eu muitas vezes caio no engano. Este ano por exemplo gastei nove euros numa
estátua
dum homem lindo e uns papiros. Era necessário? Não, tenho os personagens
principais, não preciso de nenhuma coisa mais. Mas compro porque é uma coisa
nova e é festa! Se não há a novidade o Natal não é especial. Então o que está
mal não é comprar presentes mas é o frenesi com que nos dedicamos a comprar
esquecendo harmonia, calma e serenidade.
Eu acho que
preparar-se para o Natal deveria ser
mais um processo espiritual, mesmo comprando. É preciso então dominarmo-nos e
não deixar-nos submergir pelos preparativos e dedicar tempo a nós. Desta forma
também chegaríamos
a economizar pelo facto que as compras nos envolvem demasiado. Se não estivéssemos
envolvidos compraríamos
as coisas de que precisamos ou queremos verdadeiramente.