Os deolinda são um grupo musical português que nasceu em 2006. É formado por três homens e uma mulher e são família entre eles, no sentido literal da palavra. O
projeto de formar um grupo surgiu de uma ideia dos irmãos Pedro da Silva
Martins e Luís José Martins, os quais gostavam muito da música portuguesa. Na casa deles sempre se apreciou a música, sempre que podiam cantavam música popular com toda a família. Da família deles também
fazia parte a prima Ana Bacalhau. Ela cantava muito bem e fazia parte dum grupo
musical universitário
chamado os Lupanar. A voz da prima era perfeita para as canções que o primo tinha escrito e assim perguntaram-lhe se queria
participar no projeto. Junto a ela
pediram a José Pedro Leitão, contrabaixista dos Lupanar que se juntasse aos três. Hoje José Pedro é o
marido da Ana. Podemos assim dizer que nasceu em 2006 a Família Deolinda.
Todos trabalham não só na música
porque não dá
para viver. Todos passaram pela universidade e a cantora fez a mesma faculdade
que eu faço aqui no meu país, para
mim descobrir isso foi muito engraçado. Não imaginava que pudesse haver cantores famosos que tivessem estudado o
mesmo que eu agora estou a estudar. A Ana agora é jornalista numa revista
portuguesa. No grupo só dois
deles estudaram música, o
José Pedro e o Luís José.
Deolinda é o nome do grupo
personificado na imagem duma mulher vestida de forma estranha com as suas
ideias e opiniões
sobre o mundo que se transmitem através dos textos das canções. A imagem dessa mulher para ser sincera não me pareceu bonita e não gostava muito da maneira de vestir da cantora que, de
facto, no palco representa a Deolinda. Pareceu-me um grupo fora do comum, mas é
isso que o torna interessante. As canções tratam temas muito próximos
deles. O que buscam transmitir com os textos é a raiz popular da música portuguesa mas com uma linguagem contemporânea. O
que mais gostei dos Deolinda olhando os textos das canções são as
palavras. Há alguns textos que têm um significado muito profundo. Os Deolinda orientam-se para a ação, não ficam
à margem da vida, querem vivê-la; criticam as pessoas que não fazem nada para mudar as coisas, as pessoas que não estão
felizes com a vida que têm, mas
deixam que tudo passe com os braços
cruzados e pernas trancadas, esperam a que a mudança caia do céu. Os
Deolinda propõem um estilo de vida onde somos os protagonistas, onde não somos invisíveis, onde lutamos para chegar ao que queremos. Não há desculpas!
é o momento de agir e viver a vida. Os próprios Deolinda num artigo o dizem: o
ponto forte do grupo são as
palavras. A visão dos
Deolinda do mundo é a dum mundo pequenino que se olha duma janela. É um olhar
para fora, para o que está fora
de nós. A mensagem dos Deolinda é: não ser indiferentes às coisas que acontecem ou seja não olhar para dentro e fechar-se ao mundo. Há que actuar e não permanecer na margem. Canções
como: Seja agora; Um contra o outro; Que parva que eu sou; Movimento perpétuo
associativo; Concordância; Mal por mal;Há de passar e Gente torta além de serem canções duma musicalidade e dum ritmo maravilhosos, são para mim as canções que recolhem a mensagem dos Deolinda. A Ana com a entoação tão peculiar, quase uma mistura de falado e cantado, dá-lhe
a vida. Portanto as canções
resultam simpáticas,
engraçadas ou trágicas
talvez. Os ritmos são
variados; isto é muito bom para que o grupo agrade a diferentes pessoas: eu,
por exemplo, gosto mais de ritmos rápidos e alegres, mas pode haver gente que goste mais dum ritmo mais lento.
Os Deolinda têm os
dois estilos.
Em conclusão gostei dos Deolinda. Não conhecia nenhum grupo português, pelo menos não em profundidade, não gosto
do fado, não o
acho interessante, mas conheci um
bocadinho os Deolinda, eles fazem fado com uma linguagem contemporânea, talvez
algum dia goste do fado em si.
Por agora esta música tão nova para mim e tão portuguesa supreende-me
positivamente.